"Voltar ao topo foi a maior luta da minha vida"
É bom voltar a chegar a um campeonato internacional - como estes Europeus de pista coberta - com o estatuto de favorito, depois de todo o calvário por que passou?
Para mim não é algo novo, já aconteceu no passado. É sinal de que as coisas estão a correr bem e isso, para mim, é o que mais interessa. Não tanto o facto de entrar aqui como favorito, não penso nisso. Mas se me colocam como favorito é um bom sinal, é porque estou bem.
Nesse cenário, o ouro é um objetivo para este campeonato?
Tenho que ir passo a passo, há uma qualificação pela frente. Os campeonatos têm características completamente diferentes dos meetings. E isso faz com que tenha de haver uma boa gestão. São dois dias de competição. Há uma qualificação, da parte da manhã [6ª feira], o que requer sempre uma boa adaptação, e se conseguir o apuramento para a final logo no dia seguinte tenho que me apresentar na melhor forma outra vez. Sem repouso pelo meio. Quem estiver bem conseguirá fazê-lo. A minha aposta é fazer a qualificação o mais rápido possível, com um menor gasto de energia.
Mas aponta a uma meta concreta?
O objetivo concreto neste campeonato da Europa é bater o meu recorde pessoal em pista coberta [17,33 metros, nos Mundiais de pista coberta em 2008, meses antes de chegar ao ouro olímpico em Pequim]. Se isso der para ganhar, ou ficar em 2.º, ou no pódio, ótimo...